O homem que virou suco
O HOMEM QUE VIROU SUCO
Nataly Luana Gomes Silva¹
Podemos fazer uma correlação do filme “O homem que virou suco” com algumas ideias de Karl Marx.
No filme, Deraldo é um imigrante nordestino que vive em São Paulo e se mantém com a venda de sua literatura de cordel. Como o seu trabalho se trata de um trabalho intelectual, “fazer poesias”, muitos não o valorizam, pois consideram trabalho apenas aquela atividade onde existe o esforço físico. Deraldo é confundido com um operário que havia matado o dono de uma fábrica, e por não possuir documentos para provar que ele não era o assassino começa a fugir da polícia. Em sua fuga ele passa por vários empregos, mas ele não se reconhece em nenhum deles. Segundo Karl Marx, existe uma divisão entre o trabalho intelectual e o trabalho manual, quando os dois coexistem o indivíduo pode de algum modo realizar-se em sua ocupação, mas quando isso não acontece o indivíduo se torna alienado pois não se reconhece no trabalho que produz. Foi o que aconteceu com Deraldo, enquanto ele produzia sua literatura de cordel ele se reconhecia em sua produção que era tanto manual como intelectual embora ninguém reconhecesse seu trabalho, mas a partir do momento que ele passava a trabalhar para outras pessoas ele não se reconhecia e por isso logo largava o emprego. Conseguiu emprego em uma estação de trem, na hora da refeição encontrou um inseto na comida e indignado abandonou o emprego não conformado com o tratamento ofertado aos funcionários. Aquele descaso não incomodou a nenhum dos funcionários, somente a Deraldo. Segundo Karl Marx, o trabalho alienado termina alienando do homem o seu próprio gênero. Os trabalhadores não mais se reconheciam como homens trabalhadores e dignos de usurfruir de sua produção, eles eram agora apenas meios de produção. Viviam para trabalhar e trabalhavam para poder se alimentar e assim viver.
Nessa sua fuga da polícia, Deraldo decide encontrar o operário e verdadeiro