O homem que virou suco

O homem que virou suco

O homem que virou suco é um grande clássico do cinema politico brasileiro, o filme retrata a exploração da mão-de-obra nordestina na cidade de São Paulo. Conta a história de um migrante da Paraíba que vem tentar a vida na grande cidade, foi realizado em 1979, durante o período da ditadura militar, e também trata de questões como direitos humanos e liberdade de expressão do povo brasileiro. Com bastante humor, o filme trata do drama de milhares de pessoas que deixam suas áreas de origens, em busca de uma melhor condição de vida. Mostra a discriminação e o descaso da sociedade para com elas. Também mostra como essa mesma mão-de-obra contribuiu para o crescimento econômico do Sudeste, notadamente na indústria e na construção civil.
José Dumont faz papel duplo, de Deraldo, poeta popular que vende seu trabalho nas ruas de São Paulo, e seu sósia Severino, um trabalhador da indústria que matou o patrão no momento em que ia ser premiado como operário-padrão do ano. Deraldo José da Silva é alfabetizado e tem o sonho de se tornar escritor e poeta. Mas chegando em São Paulo, só consegue subempregos ou serviços desqualificados, sofrendo toda forma de preconceito. Não aceitando tais condições, ele acaba se envolvendo em diversas situações complicadas, ficando marginalizado, como costuma acontecer com muitos migrantes que tentam a vida em uma metrópole.
Confundido com o assassino e procurado pela polícia, Deraldo passa por uma via-crúcis onde conhece o preconceito, a exploração e o sofrimento dos nordestinos pobres que vêm para a cidade grande. Apesar de todos os obstáculos, ele acaba dando a volta por cima e consegue realizar o seu sonho, o de publicar o seu livro.
João Batista filmou seu roteiro que ele havia originalmente concebido como um cordel, de forma muito livre e documental, improvisando nas ruas de São Paulo, em canteiros de obras, favelas.
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