O homem cordial - Resenha
O "homem cordial", capítulo V do livro Raízes do Brasil de Sérgio Buarque de Holanda, escrito em 1936, aborda características da essência do povo brasileiro e busca estudar o perfil de uma identidade nacional na época colonial para identificar as origens dos problemas nacionais. Para Sérgio Buarque, o "homem Cordial" apresenta uma oposição entre o círculo familiar e o Estado, não sendo o Estado uma continuidade da família. Essa ideia foi estruturada com base em dois princípios de Sófocles. A história de Sófocles conta sobre Antígona e seu irmão Creonte, sobre um confronto entre Estado e família. Baseado nessa relação o autor observa claramente um verdadeiro conflito, que se encontra presente ate hoje, entre a família e o Estado e identifica a dificuldade na transição para o trabalho industrial no Brasil, onde muitos valores rurais e coloniais persistiram. No Brasil o tipo primitivo da família patriarcal, e o desenvolvimento da urbanização, criaram um "desequilíbrio Social", cujos efeitos ainda mantêm-se vivos. Até hoje vemos a dificuldade entre os homens detentores de posições públicas conseguirem distinguir a diferença entre o público e o privado. "Falta ordenamento impessoal que caracteriza a vida no Estado burocrático”. Utilizando-se dos conceitos de Max Weber o autor ressalta a separação do funcionário "patrimonial" e do "burocrata". O funcionário patrimonial encontra-se ligado aos interesses pessoais e o burocrata aos interesses objetivos, mas salienta que para exercer funções publicas, o homem faz de acordo com as confianças pessoais e não com suas capacidades próprias. O funcionário patrimonial pode com a progressiva divisão das funções e com a racionalização, adquirir traços burocráticos. Mas em sua essência ele é tanto mais diferente do burocrático.
O resgate de uma Educação familiar dotada de limitações e valores tende cada vez