o homem busca a auto-realização
Alberto Guerreiro Ramos (1981) afirma que em toda sociedade o ser humano se vê frente a dois problemas: qual o significado de sua existência e como sobreviver, biologicamente falando. Para ele, uma sociedade constitui-se quando representa uma expressão da ordem do universo para seus componentes.
“Em outras palavras, em toda sociedade existe, de um lado, uma série de ações simbólicas em sua natureza, ações condicionadas, sobretudo, pela experiência do significado e, de outro lado, atividades de natureza econômica, que são acima de tudo condicionadas pelo imperativo da sobrevivência, da calculada maximização de recursos” (GUERREIRO RAMOS, 1981)
Para estes diferentes aspectos da vida associada humana, há dois critérios diferentes, que não podem ser misturados. Uma atividade econômica deve ser avaliada em termos de vantagens práticas. Seu conhecimento está voltado para a obtenção destas vantagens, não para o entendimento e conhecimento da verdade. São assim compensadoras pelos seus resultados extrínsecos, meios para obtenção de um fim ulterior. A interação simbólica, por outro lado, é intrinsecamente compensadora, constituindo-se fim em si mesmo.
Ainda segundo Guerreiro Ramos (1981), nas sociedades primitivas e arcaicas, a dimensão predominante foi invariavelmente a simbólica, sendo as atividades econômicas meramente incidentais, restritas a situações específicas, e nunca determinadas por critérios econômicos. Existem diversas provas de que nas sociedades pré-capitalistas, não é possível identificar comércio entre indivíduos causado por motivação puramente econômica.
Karl Polanyi (2000) em sua obra A Grande Transformação, publicada originalmente em 1944, refuta o que ele chama de “preconceitos do século XVIII” – vigentes até hoje, em pleno século XXI – como a hipótese de Adam Smith de que o homem primitivo é inclinado à barganha e à permuta. Smith, em A Riqueza das Nações,