O gótico
Sou o poeta da escuridão que semeia em frios jardins, flores mortas com as pálidas mãos...
Sou o ser escuro que vigia a noite com o olhar de vampiro, buscando encontrar a beleza que se esconde em cada sombra.
Meus olhos pintados de preto veem o que não pode ser visto pelos olhos mortais.
Eu sou a bruma noturna o ouvido dos Gárdulas nas catedrais...
Eu vagueio nos céus escuros onde os olhos dos corvos brilham no mágico crepúsculo.
Nas trevas vejo a luz que poucos ainda produzem e na terra onde os seres do dia rastejam...
Plano suavemente com minhas asas de anjo negro, minha solidão devora as horas esperando o dia terminar, até cair sobre mim o manto da noite onde sonho acordado sem despertar...
Meus versos escritos com sangue deslizam como uma chuva tépida nos prédios abandonados onde deixo o lamento de um mundo doente gravado...
Doenças deixadas pelos seres do dia que destroem o mundo com sua ímpia enfurecida...
Quem são os estranhos? ou seriam os loucos?
Deixe-me só com minha tristeza, pois o que resta é chorar, afinal alguém precisa chorar então que seja eu o ser da escuridão o Nosferatu...
Deixe-me acender minha fogueira na terra das almas mortas, quero deitar-me sobre as lápides frias e tortas deixadas pelos seres de outrora...
Deixe-me cantar nas entranhas escuras...
''Close to me'' o mundo esta doente, talvez não há mais cura, alguém precisa chorar...
Então que seja eu o ser da noite escura...
[Sandro