O guardador de rebanhos
Alberto Caeiro (heterônimo de Fernando Pessoa)
O Guardador de Rebanhos é um poema formado por 49 textos escritos pelo heterônimo Fernando Pessoa, Alberto Caeiro em 1914 e Fernando Pessoa atribuíram suas gêneses a uma única noite de insônia de Caeiro. É um dos marcos do modernismo por sua livre descrição das sensações e pensamentos do eu lírico.
A obra contêm poemas "em que a personagem surge sob iluminações imprevistas, revelando aspectos que contradizem o seu ideal de Si Mesmo e lhe conferem verossimilhança ficcional". Os poemas mostram a forma simples e natural de sentir e dizer de seu autor, voltado para a natureza e as coisas puras.
O Guardador de Rebanhos nos comunica ou sugeri uma forte cosmovisão ao querer reintroduzir provavelmente um mundo pagão no século XX de um ocidente cristianizado, mas também é certo que não possui uma ordem ou hierarquia de valores como é atribuído do poema épico.
O Guardador de Rebanhos guarda pensamentos, que são sensações. O símbolo do rebanho é a representação do limite da existência humana, onde reside a liberdade. O que possui rastros do religioso torna-se demoníaco. O símbolo rompe a angústia da separação e busca na dimensão do divino, o divino que se rompera.
Na obra há um aperfeiçoamento gradual neste sentido: os poemas finais – e, sobretudo os quatro ou cinco que precedem os dois últimos – são de uma perfeita unidade ideo-emotiva.
Alberto Caeiro é o poeta voltado para a simplicidade e as coisas puras. Vive em contato com a natureza, extraindo dela os valores ingênuos com os quais alimenta a alma. Embora contrária às filosofias tradicionais, essa faceta de Fernando Pessoa segue ainda os princípios acadêmicos em seus versos. É o lírico que restaura o mundo em ruínas, quando se relaciona com os seres sensitivos, ou o bucólico que foge para o campo, onde encontra maneira poética de sentir e de viver. Em Caeiro há uma "ciência espontânea", um "misticismo materialista" e uma