O Governo Kubitschek
Páginas 13 – 18
O discurso juscelinista não se desvincula da conjuntura politica, visto que é possível apontar tendências estruturais que já vinham desde os anos 30.
Juscelino disporia de um “talento das autoridades”, como denomina David Easton, ou seja, JK sabia captar qual o estilo de politica a usar em momentos conflitantes. Seu talento consistia num contagiante “estado de espirito” de esperança e otimismo que podemos identificar ao evocar a construção de nova capital, Brasília. JK era avesso a qualquer radicalismo e repudiava o refrão da “infiltração comunista”. Assim até o PC desfrutava de certa liberdade, apesar de ainda na ilegalidade. A imprensa oposicionista gozava de ampla circulação, praticamente sem censura.
Para compreender o período a autora não apenas incluí as evoluções já presentes na década de 30, mas também as brechas franqueadas ao capitalismo periférico que permitiu a autonomia das macrodecisões de investimentos e os desdobramentos estruturais do capitalismo central na década de 50. Essas considerações são necessárias para discutir a politica econômica juscelinista que se tornou o eixo para analises positivas e negativas desse período da nossa experiência democrática-populista que vai de 1946 a 1964.
JK foi o presidente que levou ao máximo as virtualidades do período populista, mas não exibia as características tradicionais do populista.
À conjugação entre o nacionalismo da herança varguista e um novo modelo de desenvolvimento amarrado ao capital estrangeiro, compõe o perfil ideológico do governo JK. Contradições que se inserem no projeto politico do juscelinismo de desenvolvimento econômico com crescimento e mudança estrutural, uma clara proposta para o futuro, em termos ideológicos da “construção do novo” e uma proposta de mudança na administração publica. O populismo assim toma outro sentido com Juscelino além de ser uma expressão de uma aliança virtualmente contraditória