O fetichismo - psicanálise

O fetichismo é um tema corrente para o homem em diversos aspectos, sendo muito evidente em nossa sociedade, nos ícones cristãos, na mulher fetichizada – que consente tal posição, e como abordado no volume primeiro d’O Capital no capítulo “Fetichismo da mercadoria: seu segredo”, a idolatria das mercadorias como tendo uma espécie de vida própria espectral, apesar da sua aparência de simples objetos. De forma semelhante tem-se partes do corpo, e objetos que em si próprios carregam um caráter mágico para o fetichista, permeando e determinando, assim como no fetiche de Marx, as relações sociais. Dessa forma o presente trabalho busca trazer uma reflexão, voltando às origens do fetiche em Freud, para abrir campo para reflexões acerca do fetiche enquanto elemento psicanalítico chave que clarifica a noção de diversos outros conceitos, como o Édipo e a castração e também enquanto elemento que permite uma reflexão acerca do conceito de fetiche e de outros temas que tangem a vida do homem, especialmente do homem atual.

A etimologia da palavra fetiche (do latim facere, que significa fazer ou construir) designa uma produção, um trabalho de aparência e de signos. A palavra fetiche tem origem na palavra portuguesa ‘feitiço’ e foi utilizada pela primeira vez por mercadores e colonos portugueses no século XV tratando da veneração dos africanos ídolos religiosos e amuletos. Posteriormente a expressão tomou as formas de fetisso em italiano, fetish em inglês e fétiche em francês, de onde derivou a palavra fetiche em nosso idioma. (Botti, 2003) O fetichismo, que pode ser colocado entre as perversões, se caracteriza pelo deslocamento do interesse sexual para alguns artefatos, que podem ser partes do corpo do parceiro, alguma função fisiológica, cenários ou locais específicos ou inusitados, fantasias de interpretação de personagens e situações ou para peças de vestuário, adornos, entre