Fetichismo e perversão
O trabalho em questão teve como tema central o fetichismo abordado à luz da psicanálise. Para chegar ao fetichismo, foi trabalhada a questão da sexualidade segundo a teoria freudiana, bem como destacado o conceito psicopatológico de perversão.
Em princípio foram apresentadas algumas das propostas de Freud e de outros autores, em que tentei realizar um diálogo entre eles quanto à dinâmica e etiologia da perversão, uma vez que o fetichismo se enquadra como uma delas. Prática sexual que efetua um desvio de objetivo (coito sexual) e de objeto (pessoa do sexo oposto). O fetichismo exprime o exercício de uma sexualidade fixada nos estágios anteriores do desenvolvimento da libido.
1. A Perversão
“O termo perversão, que tem origem no latim perversione, designa o ato ou efeito de perverter-se, isto é, tornar-se perverso ou mau, corromper, depravar, desmoralizar. Pode designar ainda a alteração ou o transtorno de uma função. Na tradição da medicina, esse termo foi reservado para designar o desvio ou a perturbação de uma função normal, sobretudo no terreno psíquico e, mais propriamente no terreno da sexualidade”. (Ferraz, 2000, p.13)
Freud (1905) disse que “a neurose é, por assim dizer, o negativo da perversão” (p.44), uma vez que, em ambas as estruturas psíquicas existem determinações e formulações bem distintas uma da outra, no que se refere a mecanismos de defesa, modos de manifestações entre outras. Em um aspecto, ambas são iguais: têm sua origem na sexualidade infantil.
Freud (1905) continua: “... de modo algum os sintomas surgem apenas à custa da chamada pulsão sexual normal (pelo menos não de maneira exclusiva ou predominante), mas que representam a expressão convertida de pulsões que seriam designadas de perversas...” (p.44)e acrescenta “portanto, os sintomas se formam , em parte, a expensas da sexualidade anormal...” (p.44), chegando assim à conclusão de que a neurose é oposta à