Perversão
A primeira vez que se falou em perversão na Psicanálise foi no ano de 1896, na carta de Freud para Fliess, conhecida como Carta 52, onde Freud colocou o termo juntamente com outros termos como psicose e neurose. O mesmo dizia que perversão é todo desvio de conduta que não visa a genitalidade. Por envolver fatores de comportamento, práticas e fantasias relacionados a normas sociais, a perversão se conceituou em um campo amplo, e sempre esteve baseada em diversas maneiras, que variam conforme a época, a cultura, costumes, etc.
No texto Uma criança é espancada: Contribuição ao estudo da origem das perversões, de Freud publicado em 1919, ele relaciona a perversão com o Complexo de Édipo.
A perversão se caracterizaria pela recusa da castração Edipiana. O indivíduo perverso não se submete as leis paternas, as leis civis, ou as normas sociais. Ele não rejeita a realidade e nem recalca os seus desejos, ele escolhe se excluir do Complexo de Édipo e passa a satisfazer sua libido consigo mesmo, o que conhecemos por narcisismo e por isso o perverso tem uma escolha homossexual do objeto, sendo representado por ele mesmo em alguém do mesmo sexo ou não.
A primeira teoria mais elaborada acerca da perversão aparece em Três ensaios sobre a teoria da sexualidade (1905) onde de maneira simplificada Freud entende a perversão como a “manutenção da sexualidade perverso-polimorfa na vida adulta”, sendo a sexualidade genital o ideal de normalidade. Ainda nesse livro a perversão é definida como a fixação em uma das manifestações da polimorfia sexual