perversão
Fortaleza
2012
André era um jovem publicitário, de trinta de poucos anos. Sua queixa inicial, formulada na primeira entrevista, era a de que “o tempo estava passando”, e ele já não era mais tão moço e, até então, e não tinha um “ alguém”. Apesar de ter muitos amigos e uma intensa vida social, André sentia que a sua relação com as pessoas era fictícia e estereotipada; e quando ele estava com alguém era como se ele estivesse interpretando um personagem teatral. Mesmo parecendo, aos olhos de todos, feliz e bem realizado, começava a sentir uma angústia, ele tinha consciência de que, na verdade, era um solitário apesar de viver rodeado de pessoas boa parte de seu tempo. André começava a temer a solidão e a pensar como poderia vir a sofrer no futuro, quando estivesse velho e sem ninguém.
André era elegante, sempre muito alinhado e bem vestido, e favorecido por um sucesso profissional muito grande, circulava nas altas rodas. Havia traçado, de forma calculada, um objetivo de vida bastante preciso, que era o de enriquecer, frequentar a alta sociedade, conhecer pessoas ricas e influentes e, enfim, levar uma vida glamurosa, diferente daquela de sua família de origem. Vindo do interior de outro estado para fazer o curso superior em São Paulo, conheceu um colega muito rico de quem se tornou o melhor amigo, a ponto de ser “adotado”. Formados, André e seu amigo tornaram-se sócios,favorecidos pela influência da poderosa família do sócio, nunca lhe faltaram clientes ricos, em pouco tempo André já era um moço rico e bastante requisitado profissionalmente. Obteve êxito em seu projeto, o que fez com que Andre fosse dono de uma auto-confiança que às vezes parecia desmedida .
André falava com muito orgulho de como conseguiu se entrosar nos círculos importantes, fazendo-se visível para as pessoas de sucesso e sendo sempre solicitado tanto para realizar trabalhos como também para participar de