Perversão
Deste modo, a perversão está associada ao momento histórico e cultural de uma determinada sociedade. A homossexualidade na Grécia Antiga era vista como algo natural. Com o advento do Cristianismo a prática passou a ser considerada satânica e no século XIX, como algo totalmente anormal para o ser humano. No século XX, a homossexualidade foi reconhecida como mais uma forma de sexualidade não figurando no terceiro Manual Diagnóstico Estatístico dos Distúrbios Mentais (DSM III) editado em 1987, como parafilias.
Inicialmente a definição do termo Perversão, na Psicanálise, se manteve sob a influência da medicina, trazendo uma visão de patologia, caracterizando-a como um ‘desvio’. Para Freud inicialmente, a perversão (homossexualidade) apresentava uma ambivalência. Como descrevem Roudinesco & Plon,
(…) a “disposição perverso-polimorfa” ao homem em geral e, com isso, rejeita todas as definições diferencialistas e não igualitárias da classificação psiquiátrica do fim do século, segundo a qual o perverso seria um “tarado” ou um “degenerado”, porém, por outro, ele conserva a ideia de norma e de um desvio em matéria de sexualidade. (…)
No trabalho “Três ensaios sobre a teoria da sexualidade", Freud se refere à criança enquanto ser sexual e coloca que sua característica perverso-polimorfa pode permanecer em sua vida adulta, trazendo a neurose como o ‘negativo’ da perversão. A partir de 1919, Freud começou a relacionar a Perversão ao Édipo, contribuindo assim para os estudos de Lacan sobre a Perversão enquanto estrutura psíquica. Mais tarde Freud introduz o Fetichismo, resultando na