O Explorador de Abismos
Ketlyn Couto – 228425
O “Explorador de Abismos“ de Erick Felinto e Lucia Santaella debate o impacto da tecnologia sobre a vida contemporânea partindo do pensamento de Vilém Flusser. A obra é divida em sete capítulos e aborda o posicionamento de Flusser acerca destes avanços, o que traz para a obra uma peculiaridade pertencente ao pensador.
Os autores iniciam a obra fazendo uma breve apresentação sobre Flusser e suas contribuições enquanto autor e pensador, partindo desse ponto surgem questões centrais da obra para o desenvolvimento dos demais capítulos. Flusser é um pensador que foge da filosofia tradicional, o pensador possui uma visão ampla sobre a realidade, sua reflexão não se entrega a um todo, não se fixa em parte alguma, o autor possui um pensamento nômade. O problema que os autores do livro enfrentam, é conciliar o pensamento de Flusser, que não abandona o humanismo, com o que chamam de pós-humano, isto é, a perda da centralidade do homem e o fim dos humanismos clássicos num mundo que passou a ser regido pela tecnologia.
O pós-humanismo abordado por Felinto e Santaella discorre sobre a sobreposição da máquina ao homem de uma maneira tão intensa que já não seria mais possível estabelecer os limites entre o “natural” e o “artificial”. Num futuro universo pós-humano, a tecnologia não apenas dividiria essa predominância com o humano, mas estaria prestes a superá-lo. Em algumas passagens da obra, os autores não veem a questão como malefício, mas sim como um avanço. O livro aborda questões sobre a cibernética, dos seres vivos, o que significa realmente ser “natural” ou “humano” etc. Mas o destaque da obra fica por conta do caminho no qual o homem está seguindo para sua dissolução total e completa. De acordo com essa perspectiva, podemos esperar um futuro onde a raça humana não mais exista mais, e em seu lugar tenhamos apenas máquinas. O autor define este homem tecnológico como “ciborgues”, um bom