o eu e o outro alteridade
Quem sou eu? Essa indagação pode ser o ponto de partida para quem pretende responder à inscrição do a qual teria impulsionado a filosofia socrática (“conhece-te a ti mesmo”). Para qualquer “eu” se conhecer deve partir da indagação sobre sua identidade. A questão pode ser posta da seguinte forma: O que me torna “eu”, diferenciando-me dos “outros”? A primeira resposta a essa indagação pode ser a afirmação de que sou o que sou. Mas para “ser o que sou”, primeiro tenho que saber que não sou o outro..
De acordo com François Laplantine, o homem sempre se interessou em observar homens, refletir sobre seus comportamentos e a sociedade.
O livro aborda a importância da antropologia, a maneira que os estudiosos enxergavam os selvagens antes de delimitarem os conceitos desta área do saber, a fundação e desenvolvimento do saber relacionado ao homem, seus costumes e culturas.
Concluímos que viver é conviver. É se relacionar. Somos seres de relação. Somos incompletos e inacabados. Nós somos incompletos porque sem o outro não existimos. Não há sentido em pensar ‘eu e o mundo’. É preciso pensar ‘eu como um pedaço do mundo’.
ARISTÓTELES, Política. Inacabado quer dizer ‘eu sou o movimento de estar sendo’, eu não sou alguma coisa que se completou. Nós somos incompletos porque a gente não existe sem a relação. Somos incompletos porque somos parte de um todo dinâmico. Não existimos sem aquele com quem nos relacionamos, sem meio, sem a biosfera da qual somos uma emergência, mas também somos incompletos porque somos um fluxo, nós indivíduos e nós espécie, nós vida.
O que diferencia o ser humano dos outros seres é sua capacidade de dar respostas aos diversos desafios que a realidade impõe. Mas essa apreensão da realidade e esse agir no mundo não se dão de maneira isolada. É na relação entre homens e mulheres e destes e destas com o mundo que uma nova realidade se constrói e novos homens e mulheres se fazem. Criando cultura. Fazendo história.