O estudo social em pericias, laudos e pareceres técnicos
Uma das mais expressivas contribuições para a renovação crítica do Serviço Social brasileiro é de autoria de Netto, elaborada com sustentação teórico-metodológica e profundamente enraizada na história do país, na dinâmica da expansão monopolista mundial, ela é responsável por uma culta interlocução da profissão com o pensamento social na modernidade e, especialmente, com representantes clássicos e contemporâneos da tradição crítico-dialética. Uma crítica ideocultural, da luta política pela ruptura da ordem burguesa.
Maior polêmica entre os interlocutores Iamamoto e Netto – o sincretismo da prática do trabalho do assistente social. A crítica, sem concessões em torno dessa formulação historicamente datada, é acompanhada do reconhecimento da ultrapassagem, na produção subseqüente do autor, da maior parte dos impasses identificados.
Netto(1992) propõe-se a elucidar o estatuto teórico da profissão e identificar a especificidade da prática profissional até os anos 60 do século XX, considerando uma dupla determinação: as demandas sociais e a reserva de forças teóricas e prático-sociais acumuladas pelas assistentes sociais, capazes ou não de responder às requisições externas. Esse percurso tem como centro o sincretismo, traço transversal da natureza do Serviço Social, desbordando-se na caracterização da prática profissional e dos seus parâmetros científicos e ideológicos.
O autor considera a “natureza socioprofissional medularmente sincrética, posta a carência do referencial crítico-dialético. .”(NETTO, 1992, apud Iamamoto). Esse pressuposto merece atenção, pois condiciona toda a análise da profissão enfeixada na problemática da concretização, em que os processos sociais se mostram na sua fenomenalidade, o que justifica o sincretismo, enquanto princípio constitutivo da natureza da profissão.
Pressupondo a ausência de uma abordagem histórico-crítica, a estrutura sincrética do Serviço Social tem seus fundamentos na: