o estresse
O cuidado refletido ao longo dos anos envolve a necessidade de o reconhecer como um processo em que a reciprocidade de vivenciá -lo culmina no desvelamento mútuo entre cuidador e o ser cuidado (BOYKIN, 1998). Esta representação de confiança, interação e transação faz parte da troca e realimenta a consolidação de uma visão humanística. Para o adolescente, este cuidado na presença do evento transicional propicia seu processo de enfrentamento do adoecer de maneira construtiva, reconhecendo as vivências dentro de si próprio (ZAGONEL, 1999a).
Assim, para melhor compreender as significações expressas pelo ser adolescente hospitalizado ao vivenciar o processo de transição de saúde-doença ao mesmo tempo em que é cuidado, passo e explicitar os conceitos fundamentais de transição, bem como as idéias do referencial teórico de Roy e Andrews (2001) escolhido para dar suporte e orientação ao estudo.
O ambiente hospitalar e sua estrutura compartimentalizada, centrada no modelo positivista, refratária a reflexões ontológicas, podem contribuir para a dificuldade de estabelecer um ambiente de cuidado, principalmente se a construção relacional com a equipe for equivocada, levando a tratar o adolescente ou como criança, ou como adulto. Salienta-se que o adolescer representa uma etapa do processo de enfrentamento do ser humano a transformações radicais do ponto de vista biológico, psicológico ou social. Esta busca de adaptação interna ou externa possibilita localizar-se num espaço existencial, revelando o seu mundo (ASSUMPÇAO JR.,
2001).
Para o adolescente, a hospitalização acresce a necessidade de adaptar-se ao processo de transição de saúde-doença, evento que, pelo significado de sua imagem corporal nesta fase e pela perda de autonomia compulsória, pode trazer -lhe angústias e conseqüentes comportamentos inefetivos.
As transições são classificadas como desenvolvimentais, situacionais e de saúde-doença. A transição desenvolvimental