O espirito da filosofia medieval - resenha
Por: SILVA, A. M.
Embora inicialmente fosse um historiador da filosofia o autor, filósofo e educador francês, ensinou História da Filosofia Medieval na Sorbonne, tomou a cadeira de Filosofia medieval no Collége de France, ajudou a fundar o Instituto Pontífico de Estudos Medievais em Toronto, no Canadá no ano de 1929. Gilson (1884-1978) foi também um dos líderes do movimento neotomista da Igreja católica,
Doutor honoris causa por universidades de todo o mundo e autor de muitos livros.
O grande problema da filosofia cristã já se inicia com a pergunta sobre o que seria essa filosofia? Qual seu sentido? A que realidade corresponde? Houve ou não filósofos cristãos? A escolástica pode ser tratada como filosofia? Segundo Gilson, filosofia cristã é toda aquela que embora aponte convencionalmente ciência e fé, avalie a revelação cristã indispensável à razão.
Para ele é um fato que houve entre os filósofos gregos e nós, a revelação cristã que modificou as condições nas quais a razão se exerce. A Idade Média do ponto de vista filosófico talvez não tenha sido um período tão improdutivo como se diz, e talvez seja à influência principal exercida pelo cristianismo no decorrer desse período que a filosofia moderna deva a inspiração de alguns dos seus princípios.
De fato, a influência do cristianismo sobre a filosofia é mencionada como uma realidade. Contudo, a história da filosofia cristã não se confunde com a da influência exercida pelo cristianismo sobre a filosofia. Para saber se o cristianismo proporcionou realmente aos filósofos mais verdade racional do que eles encontravam na filosofia, o autor se reporta aos primeiros filósofos que se tornaram cristãos, analisando que interesses eles tinha em se fazer cristãos.
Num primeiro momento, as análises parecem extinguir a filosofia grega em benefício da nova fé. Mas é preciso acrescentar que numa outra acepção,