O esgotamento das Coisas
Curioso como no mundo, e principalmente no Brasil, várias coisas estão em vias de extinção. A música, só para citar um exemplo, que outrora já foi uma referência de vanguarda no mundo, principalmente na segunda metade do século passado, entra num abismo sem fim, sendo impressionante como se pode sempre se surpreender negativamente, é claro. A convivência entre os seres humanos nunca esteve tão insuportável a ponto de vermos sem o choque, que seria natural, atrocidades, barbaridades, sandices transmitidas ao vivo e a todo momento como se isso já fizesse e faz parte do nosso cotidiano. E o que dizer da geração internet, com raras exceções, quanta bobagem, quanta idiotice se vê através das fibras óticas, em alguns momentos chega a ser ridículo. Perdeu-se o contato pessoal, o olhar das pessoas numa conversa se volta para a tela de um celular e não para os olhos do outro, é hachtag isso, hachtag aquilo, se “posta” tudo, se fotografa tudo, com a premiação e de curtidas, twits e sei lá o que. Todos se furtam a ter vários amigos que nem dão um “bom dia” ao passar pela rua. Talvez isso seja o menor dos problemas, na verdade o que se tem perdido com este mundo, e aqui no nosso país isso é latente, é o caráter. É complicado ver o quanto isso está escasso, fora de moda. Do Planalto Central às ruas das periferias o “mau caratismo” reina em nossa sociedade como uma chaga irremediável que cresce a todo momento, os valores se perderam são caretas demais, tudo o que seria correto está errado, de fato, está tudo errado. Não sei se foi um desabafo, acho que só foram impressões do meu radar, que detectou coisas que eu não queria que existissem, ou que fossem diferentes. Parece que as coisas se esgotam, e novas surgem, entretanto penso que surgem novas coisas que deveriam já estar esgotadas, mas tomam mais força e tudo segue como se nada estivesse surgindo diante dos nosso olhos.
Wellington Fontes 26/12/2013