O ensino de história da áfrica
Os primeiros encontros entre portugueses e africanos se processaram sob a ótica da estranheza de parte a parte.
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Um missionário italiano, chamado “Bernardo de Gallo, no século XVII, recolheu” da “tradição oral” congoles o encontro da tripulação de Diogo Cão com o povo do Congo, entre 1482 e 1483.
O qual reflete exatamente o tipo de desentendimento cultural que deve ter ocorrido em épocas anteriores.
Segundo este relato, “os negros do soio, vendo a novidade dos navios, sem saber que coisa aquilo era começaram a gritar com sinais de admiração, amindelle, amindelle [mundele, branco na significação actual, isto é, coisas como baleias, que vêm do mar; Ntelle, quer dizer baleia]”.
No atual território de Luanda, a chegada dos portugueses teve um impacto psicológico ainda maior, os africanos aterrorizados “tomam-nos como cadáveres vivos, os Vumbi”.
Segundo sua cosmologia “a estada dos defuntos” situava-se “na água e os espíritos dos antepassados” encarnavam “no outro mundo em corpos brancos e vermelhos”.
Saídos do mar os portugueses apareciam no domínio do sagrado e eram reverenciados como deuses na terra.
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Gestos simples, gerados pela incompreensão da cultura do outro muitas vezes terminaram em conflitos sangrentos que mais tarde serviriam de pretexto à inferiorização do negro.
Quando Vasco da Gama passou pela África do Sul, por exemplo, o simples fato dos portugueses recusarem a comida oferecida pelos nativos originou um conflito.
Exatamente devido a desentendimentos culturais, várias expedições portuguesas foram dizimadas pelos africanos, como ocorreu com a expedição de Gonçalo de Cintra, em 1444, que “entrando por hum esteiro na ilha de Arguim, e ficando em sêcco á vasante da maré, foi accometido pelos barbaros, e morto com alguns seus companheiros”.
Ou ainda com a expedição de “Nuno Tristão”, em 1447, ao “Rio Grande”, quando sua embarcação foi “accommetid(a) de grande numero de