O ensino da língua portuguesa para surdos
Um projeto educacional de qualidade para Surdos deve enfocar como premissas básicas o acesso a língua de sinais, na infância, como primeira língua e o ensino da língua portuguesa como segunda língua. Para que esse objetivo seja atingido, faz-se necessária a atuação de educadores bilíngües (surdos e ouvintes), como interlocutores no processo de aquisição da linguagem. Estes pressupostos oportunizarão o avanço acadêmico dos alunos surdos, em condições de igualdade com os demais alunos do sistema educacional.
Atualmente, vivemos um momento ímpar em relação à luta pela conquista e o reconhecimento de direitos sociais historicamente negados a grupos minoritários, que contribuíram para a sua exclusão e marginalização, como é o caso das pessoas surdas. A ausência da audição e, consequentemente, da possibilidade de expressar-se naturalmente por meio da língua foi e continua sendo um dos principais aspectos de marginalização social das pessoas surdas. A língua de sinais brasileira – Libras, embora reconhecida oficialmente em território nacional, desde 2002, segue desconhecida pela imensa maioria da população e continua sendo encarada, equivocadamente, apenas como um conjunto de gestos naturais ou “mímica”, utilizada pelos surdos na ausência da oralidade. Soma-se a isso o fato de a língua majoritária em nosso país ser a língua portuguesa, por meio da qual as pessoas se comunicam, são transmitidas informações por diferentes canais, são redigidos documentos oficiais e, acima de tudo, processa-se toda a escolarização formal dos alunos. Diante desse quadro é inevitável que os surdos, como parte de uma minoria lingüística, necessitem, além da sua língua natural – a língua de sinais, apropria-se da língua portuguesa para ampliar suas relações interculturais e pessoais. Nesse sentido, um dos aspectos que caracteriza a singularidade no processo educacional dos surdos é o fato de os mesmos necessitarem de uma proposta