O documentario Lixo Extraordinario
Percebe-se, que o artista, não quis expor somente uma visão mecânica da montagem de suas fotografias, mas demonstrar toda a humanidade das pessoas que vivem do lixo, dos catadores que tiram o sustento para as suas famílias no aterro do Jardim Gramacho.
Lixo extraordinário leva o espectador a uma viagem pelo mundo das pessoas que trabalham no aterro sanitário, nessa viagem conclui-se que cada indivíduo, personagem do documentário, tem sua peculiaridade. E o que eram apenas pessoas que disputavam espaço e lixo com os urubus passaram a ser protagonista no documentário, colocando, até de certa forma, as pretensões do aclamando artista contemporâneo em segundo plano.
A felicidade com que os catadores trabalham e levam a sua vida vivendo do lixo, a primeira vista, até espantam os espectadores, pois o paradigma que tem a sociedade de que trabalhar do lixo levaria o ser humano a perder sua condição de dignidade cai por terra, dessa forma, é transmitido no filme, que apesar de trabalharem do lixo, os catadores levam uma vida normal, apenas marcada pelas dificuldades e pouco valor que eles recebem da própria sociedade. Assim, apesar das constantes dificuldades financeiras, a beleza, a felicidade, a amizade, não os abandonaram.
Além do lado humano, já citado nas linhas anteriores, o processo criativo artístico é muito interessante. O artista nos demonstra que até o mais inimaginável material pode ser usado para criar arte, para fazer coisas belas. E o lixo, que nunca olhamos e percebemos como um material capaz de dar ensejo a outra coisa, ganha patamar de matéria artística, dando forma, dessa maneira, aos quadros criados pelo artista no documentário.
Por fim, é importante ressaltar que o documentário trouxe vários benefícios à comunidade catadora de