O discurso
No início o príncipe resiste à terapia subversiva, mas aos poucos, quando sente os primeiros frutos desta terapêutica, vai cedendo e abrindo espaço para uma convivência mais íntima com Lionel. Paralelamente seu irmão mais velho, Edward VIII, cria uma situação inusitada na história da realeza britânica; apaixonado por uma norte-americana recentemente divorciada, ele cede aos seus caprichos e gradualmente abandona suas responsabilidades perante o trono, o qual assumiu após a recente morte do pai.
O governo inglês vive um momento difícil justamente em um dos períodos mais conturbados da história mundial, os dias que antecedem a Segunda Guerra Mundial; embora o primeiro-ministro não acredite, inicialmente, na iminência de um confronto bélico, Hitler avança cada vez mais e ameaça a Europa.
É neste cenário tempestuoso que Albert se vê diante de um dilema fatal: como assumir a coroa, no lugar do irmão, e não ter condições de se dirigir a sua nação? De que forma, em um momento histórico tenso e aterrador, ele pode gaguejar diante do seu povo? Sem escolha, ele é obrigado a revestir-se do poder monárquico sob a alcunha de George VI.
Enquanto isso, a amizade cresce entre Albert e Lionel, que atua também como psicólogo de seu cliente e amigo. Seus exercícios e técnicas incomuns levam o rei a criar uma maior autoestima e uma segurança que nunca antes demonstrou. O clímax desta relação ocorre no momento da coroação do novo soberano, quando a confiança estabelecida entre ambos é radicalmente posta à prova.
Pode-se dizer, porém, que a cena mais impactante do filme é o momento em que o rei deve realizar seu primeiro