O discurso estético do corpo na mídia e na literatura.

Idealização do corpo

O ser humano busca em seu corpo uma verdade sobre si mesmo que a sociedade não consegue mais lhe proporcionar. Na falta de realizar-se em sua própria existência, este indivíduo, homem, mulher, ou quem tiver ou assumir outra opção, procura realizar-se através de seu corpo. Ao mudá-lo, buscam transformar a sua relação com o mundo, multiplicando os modelos que forjam a representação.
Nota-se que quanto mais se impõe o ideal de autonomia individual, mais aumenta a exigência de conformidade aos modelos sociais. O corpo se emancipou de muitas de suas representações sociais antigas, atualmente encontra-se submetido à estética.
O contexto social e cultural modela o corpo em suas diversas maneiras de falar, andar, pular, saltar, dançar, sentar, rir, ficar de pé, dormir, tocar, ver, viver e morrer, ou seja, o indivíduo modela seu corpo no diálogo com a sociedade. As combinações sociais revelam a relação do indivíduo com o seu meio social por meio de: ritos, etiquetas, características gestuais, formas de percepção, de expressão de sentimentos, distinção de classe, códigos culturais e sociais, jogos de aparência, jogos de sedução, adornos, moda, técnicas corporais, marcas de distinção (como tatuagens e piercings). Mesmo gozando de perfeita saúde, os corpos mostram “imperfeições” e “devem ser corrigidos” por numerosos rituais de transformação.

A obsessão com a aparência pode ser percebida pela expansão das academias, pelo surgimento dos novos exercícios e das “dietas inovadoras” e, ainda, pela disseminação das cirurgias plásticas e pelo consumo de substâncias químicas de variada natureza. Na literatura, as mulheres são o alvo principal desses procedimentos cirúrgicos estéticos que incluem, não apenas as cirurgias plásticas, mas a lipoescultura, o implante de silicone e o uso de botox.
Neste contexto o espelho parece relacionado a um processo de avaliação pessoal, revelando-se como um referencial de confirmação de que as pessoas estariam mais