o diabo e a terra de santa cruz
.
Feitiçaria e Religiosidade Popular no Brasil Colonial Autor: Fabricio Gustavo Dillenburg
Área Específica: História do Brasil
Referências: História, Brasil, Colonização, Mello e Souza, Cristianismo, Feitiçaria, Brasil Colônia
.
Laura de Mello e Souza é professora na Universidade de São Paulo (USP), e seu livro O Diabo e a Terra de Santa Cruz faz parte de um projeto da historiadora que há muito vem se desenvolvendo, voltado para o estudo das mentalidades durante o período colonial brasileiro. De fato, a autora concentra seus esforços nos séculos XVI, XVII e XVIII, buscando uma compreensão das mudanças ocorridas nos imaginários europeu e colonial no campo da magia, da feitiçaria e, por decorrência, na própria visão de mundo das populações do Velho e do Novo Mundo. O livro foi lançado no ano de 1993, pela editora Companhia das Letras e, ao contrário de um outro estudo da autora publicado sob o título Inferno Atlântico: Demonologia e Colonização, Séculos XVI-XVIII, também trabalhado no decorrer da disciplina, trata-se de uma obra homogênea, tendo como base, fundamentalmente, documentos encontrados na antiga metrópole, Portugal, principalmente nos arquivos da Torre do Tombo. Entre as fontes, Laura de Mello e Souza destaca as que tratam das visitações do Santo Ofício à colônia, as devassas eclesiásticas e os processos referentes a réus brasileiros. Apesar do sistema classificatório da Torre, que deixa muito a desejar, lembra-nos a autora, os documentos são de valor inquestionável, e muito ainda há para ser estudado. No princípio, pensou Mello e Souza que a feitiçaria colonial ligava-se direta e intrinsecamente à magia africana. Todavia, à medida em que os trabalhos de pesquisa evoluíam, a autora percebeu que, na verdade, essa magia que se desenvolvera no Brasil ligava-se, em primeiro lugar, a uma praxis, a uma utilidade cotidiana, buscando resolver problemas concretos, e, em segundo lugar, estava intimamente ligada à