Resenha: o diabo e a terra de santa cruz
FEITICARIA E RELIGIOSIDADE POPULAR NO BRASIL COLONIAL
O mundo dividido entre o céu e o inferno baseado na imaginação e em seguida nas viagens dos europeus formam o contexto cultural e religioso popular no Brasil Colonial, temática abordada no primeiro capitulo do Diabo e a Terra de Santa Cruz da autora Laura de Mello e Souza.
Após acreditar que a Ásia e África seriam o paraíso os europeus vão à busca do mundo ideal. Ao chegar à África o mesmo é decepcionado ao constatar que tudo que imaginou não era verdade. Então os colonizadores vão para a Ásia atrás de produtos e especiarias que valiam um preço fabuloso, mas notaram que ali não havia nada fantástico. Mirando um local em busca do imaginário, o europeu vem para o Brasil em busca de riquezas e de aventura formadas a partir do seu olhar fantasioso. O texto retrata a historia das mentalidades enquanto opção teórica – metodológico do Brasil e de acordo com o olhar cultural da autora permite o conhecimento da atuação da Igreja na escravidão dos negros e indígenas. Portugal, país católico trouxe em seus navios desbravadores e sacerdotes com o intuito de expandir a fé e evangelizar a “nova sociedade”. Na “descoberta” de novas terras, inicialmente os europeus ficaram maravilhados com o que acabava de deslumbrar. O novo, o inédito, o que até então se tinha conhecimento por escutar falar e que por conseqüência alimentava seus anseios e imaginação. A idéia de paraíso se concretizava diante de seus olhos, a natureza esplêndida, a terra fértil, a variedade de pássaro, a inocência devido ao índio andar nu e até mesmo o ar que naquele momento lhes parecia mais puro. Ao mesmo tempo em que o Brasil remetia a um “pedaço do céu” fica claro que na percepção da autora o ser humano em si, ou seja, os índios foram subjugados inferiores, o que na visão dos colonizadores seriam inocentes e de fácil domesticação. Da mesma forma que os colonizadores acreditavam em paraíso, acreditavam também em