O Despejo do Pinheirinho
Aspectos Teóricos
Instituto Metodista Izabela Hendrix
Sociedade e Movimentos
Prof. Simone Cortezão
Em setembro de 2011, as manchetes dos jornais de São José dos Campos estampavam a notícia de um acordo para regularizar o bairro do Pinheirinho. Após sete anos, as 1.600 famílias dessa comunidade teriam sua situação de moradia resolvida, o próprio secretário estadual de
Habitação e representantes do Ministério das Cidades vistoriaram pessoalmente a área para fechar o acordo. Quatro meses depois, em 22 de janeiro, a Polícia Militar de São Paulo – a mando do governador e legitimada pelo Tribunal de Justiça – inicia uma operação de guerra, que terminou com o despejo da comunidade, dezenas de pessoas presas, feridas e desaparecidas.
Figura 1 – Famílias foram obrigadas a abandonar suas casas e desocupar o terreno.
Estimulados pela valorização de terrenos e imóveis no Brasil, a administração da propriedade tornou-se ativa na busca pela ordem do despejo, com a cumplicidade do judiciário paulista, a
Prefeitura de São José dos Campos e o governador Geraldo Alckmin (PSDB). Mais de 2 mil policiais e guardas civis metropolitanos chegaram ao local com um aparato de guerra. O prefeito de São José dos Campos, Eduardo Cury, chegou a dizer que a reintegração de posse seria pacífica. No entanto, inúmeros vídeos foram postados por moradores na internet denunciando os abusos cometidos pela polícia e pela GCM contra os trabalhadores. A Guarda Municipal usou balas letais contra a população.
O advogado do movimento, Antonio Donizete Ferreira, o Toninho, e o presidente do Sindicato dos
Condutores, José Carlos, foram feridos com tiros de bala de borracha e bombas de gás lacrimogêneo. Até crianças feridas foram atendidas em Unidades de Pronto Atendimento (UPA).
Além do corte do fornecimento de água, energia elétrica e telefone na região.
Depois da divulgação da primeira imagem dos despejos, o governo federal prometeu intervir,