O desequilibrio psiquico
Certas anomalias da personalidade conjugam, em proporções variáveis de um individuo para outro, a inadaptação à vida social, a instabilidade do comportamento e a facilidade de atuação, associadas a distúrbios psiquiátricos diversos (depressão, excitação, bouffes delirantes, perversões sexuais, toxicomanias). Estes tipos de borderline dão margem, com freqüência, a dificuldades consideráveis do ponto de vista médico legal e da assistência. Constituem um grupo de casos difíceis sob todos os aspectos, e devemos nos esforçar para superar a simples descrição dos distúrbios e tentar descobrir em que eles se distinguem das estruturas neurótica, psicótica ou perversa.
A psicanálise e os estudos psicossociológicos têm, ao contrario, valorizado o papel do meio na gênese desta personalidade. Numerosos são os autores que aceitaram a hipótese de uma estrutura hierarquizada do caráter. Não se trata mais de conceber o inato e o adquirido como exclusivos um do outro, mas, sobretudo de procurar compreender aquilo que, na organização de uma personalidade psicopática, provém de predisposições somáticas, de más condições sociais e o que provoca reações psicológicas do individuo, tornando-o incapaz de equilibrar em si mesmo sua pessoa e seu destino.
O estudo clinico é profundo que pode e deve permitir que detectemos sua estrutura patológica: regressão, estereotipia de repetição incoercível e não apenas o aspecto estatístico sociocultural. Atrás de traços dispersos que vamos relatar procuraremos uma estrutura comum, utilizando a psicanálise como guia para a compreensão dos dados. Um estudo concreto do comportamento psicopático poderia se resumir em uma frase: a atuação se desencadeia no individuo com uma resposta à disposição de determinadas solicitações. Trata-se, de fato, de uma conduta em relação ao outro, de forma que o ato dirigido para o exterior constitui, por assim dizer, a única via de descarga da tensão interior.
A atuação: trata-se, pois,