O DESENVOLVIMENTO DO CONCEITO DE QUALIDADE TOTAL
QUALIDADE TOTAL
Entre os autores que tratam do tema qualidade total podemos distinguir duas empresas e consultores orientados por uma preocupação de apresentar modelos e estratégias a serem adotadas por empresas desejosas de novas receitas para aumentar a produtividade e a competitividade. A literatura desse grupo tem caráter eminentemente prescritivo e apologético, ou seja, a qualidade é advogada como a solução de sobrevivência para toda empresa ou organização em tempos modernos. Em geral, os autores dessa linha concentram-se na apresentação dos procedimentos técnicos a serem adotados e no relato de experiências bem sucedidas em empresas que adotaram o modelo proposto.
O segundo grupo, bem menos popular e em menor número, é constituído por investigadores da área de relações de trabalho nas diversas dimensões: econômica, sociológica, comportamentalista e organizacional. Produz uma literatura de enfoque mais crítico das novidades que advogam rápidos efeitos em termos de mudanças organizacionais.
Na literatura de natureza mais analítica, parece existir um consenso sobre a imprecisão e ambiguidade. Do conceito de qualidade total encontrado nos manuais que prescrevem essa forma de intervenção organizacional. De fato, o termo qualidade assumiu diferentes significados, dependendo não só do enfoque teórico-metodológico como também do período histórico e do processo produtivo a que os autores se referem. Por exemplo, o significado do termo qualidade encontrado por Reeves e Bednar (1994, p. 420) nas discussões de Aristóteles, Sócrates e Platão referia-se a um padrão ideal de excelência moral que deveria ser buscado pela sociedade grega. O critério para definir esse padrão de excelência variava de acordo com as circunstâncias em análise e era baseado na percepção subjetiva de quem avaliava.
Na Europa, no período da pré-Revolução Industrial, a qualidade de um produto era definida pela reputação da habilidade e do talento do artesão que