O DESENVOLVIMENTO DA FONOLOGIA INFANTIL: A AQUISIÇÃO DE ONSETS COMPLEXOS
Lídia de Almeida Correia (IFRN),
Wilson Junior de Araújo Carvalho (UECE)
Resumo
O presente estudo teve como base a Teoria da Fonologia Natural de Stampe (1973), que propõe a noção de processos fonológicos naturais, sendo posteriormente revista através das propostas de Ingram (1976), Grunwell (1982) e, mais recentemente, no Brasil, Teixeira (1988, 1993, 2006, 2009). O objetivo geral da pesquisa foi investigar o desenvolvimento da fonologia infantil no que diz respeito à aquisição de onsets complexos em língua portuguesa. Para tal, realizamos um estudo transversal de caráter descritivo e natureza quantitativa, cujos informantes foram 28 crianças procedentes da cidade de Fortaleza, cujos pais, ou pelo menos um deles, possuem nível escolar mínimo de graduação (3º grau completo). Tais crianças foram dividas em 7 faixas-etárias e suas idades estavam entre 2 anos e 5 anos e 6 meses. Para a realização da pesquisa, utilizamos dois instrumentos, sendo o primeiro uma Ficha de Identificação do Aluno, utilizada quando da escolha dos informantes, e o segundo, um Instrumento de Testagem Fonológica, utilizado na fase de coleta de dados. Durante a coleta de dados, cada criança informante foi submetida ao teste fonológico em questão de modo controlado, em ambiente silencioso, tendo seus dados gravados em áudio e, posteriormente, transcritos, tabulados e analisados. Os principais achados de nossa pesquisa apontam 1) a elisão do segundo elemento do encontro consonantal como estratégia implementacional mais utilizada pelas crianças na implementação do processo fonológico de simplificação do encontro consonantal em ambos os tipos de onsets complexos pesquisados; 2) a idade entre os 4 anos e 4 anos e meio de vida é o período em que o uso das estratégias implementacionais na aquisição de onsets complexos é descartado da fala das crianças, caracterizando a aquisição completa de tal estrutura silábica; 3) não