REsenha
Carlos Fausto, no livro “Os Índios antes do Brasil”, tenta analisar os diferentes aspectos relacionados à organização sócio-político, indígena, assim como a ocupação territorial por parte desses povos que aqui viviam às vésperas da chegada dos portugueses. Ele buscou traçar um paralelo entre essas diferentes formas de organização tribal existentes na época da invasão europeia. Por meio de trabalhos realizados por diferentes pesquisadores o autor passa, então, a procurar vestígios para sustentar o seu raciocínio o que leva, a quem ler a diversas indagações referentes ao tema principal que é: buscar algo que comprove a existência em nosso território de uma sociedade diferenciada, das demais, em sua organização. O livro nos revela inúmeras diferenças existentes nas diversas civilizações que aqui viviam e ainda que não tenha progredido aqui uma civilização capaz de cultivar o solo, domesticar animais e conhecer a imagem do poder; ao contrário do que ocorreu nos Andes, que vários traços ficaram marcados em pedra e metal. As sociedades indígenas da América do Sul foram classificadas segundo tipologias que exibem os incas com o ponto máximo de desenvolvimento, colocando os demais povos em escalas inferiores em relação a eles. O Império Inca aparece como o ápice do desenvolvimento no continente, o que acabou por definindo os demais como (os chamados povos das “terras baixas”) como o seu “negativo”. Carlos Fausto, porém nos deixa claro que as coisas são mais complicadas do que parecem; isto porque, não há dados seguros para afirmar, nem para negar, que estas sociedades que aqui viveram e ainda vivem estavam ou não organizadas em grandes unidades politicas, hierarquizadas, socialmente estratificadas.
Com base nos registros que possuímos e nos estudos realizados