PROFESSOR
CENTRO DE LETRAS E COMUNICAÇÃO
Programa de Pós-graduação em Letras – Mestrado
Teorias Linguísticas – Prof. Dr. Giovana Ferreira Gonçalves
Resenha: Articulatory Gestures as Phonological Units
C. P. Browman e L. Goldstein
Phonology, 1989.
Katiane Teixeira Barcelos Casero
Pelotas, 29 de julho de 2014.
A fonologia articulatória surgiu de um esforço interdisciplinar no laboratório
Haskins da Universidade de Yale nos Estados Unidos na década de 80. O objetivo primeiro foi desenvolver um programa de síntese articulatória, o TADA1 (Task Dynamic
Application). Na elaboração desse projeto, os pesquisadores do laboratório, dentre os quais se destacam Fowler, Saltzman, Browman e Goldstein, perceberam que a realização dos sons que compõem a linguagem é um fato complexo que conjuga uma série de ações dos articuladores coordenada no tempo. A luz dessa descoberta, esses pesquisadores desenvolveram um modelo fonológico que toma como primitivo cada movimento da série de ações ocorrida na produção. Assim, um conjunto de movimentos é decomposto em unidades menores: o gesto articulatório, o qual é percebido como a unidade discreta fonológica. Ou seja, o gesto é, além de uma unidade de ação, uma unidade, de representação. (BROWMAN e GOLDSTEIN, 1986; 1989; 1990 e 1992).
A primeira pesquisadora do laboratório Haskins a reclamar a necessidade de explicações fonéticas nos fenômenos da fala foi Carol Fowler (1980). De acordo com
Fowler, a linguagem deve ser pensada como um fato de base biológica visando estabelecer a ponte entre o nível central (representação) e o nível periférico
(implementação) da língua. Fowler defende um modelo de análise fonológica que abarque os fatos que os modelos fonológicos não conseguem abarcar, dentre esses fatos está a coarticulação e o tempo intrínseco dos movimentos articulatórios. Segundo a autora:
As teorias excluem o tempo da representação do plano articulatório[...]
Proponho que algumas das