O Desenho E O Desenvolvimento Das Crian As
Os rabiscos ganham complexidade conforme os pequenos crescem e, ao mesmo tempo, impulsionam seu desenvolvimento cognitivo e expressivo
No início, o que se vê é um emaranhado de linhas, traços leves, pontos e círculos, mas em pouco tempo, já é possível se verificar uma cena complexa. O desenho acompanha o desenvolvimento dos pequenos como uma espécie de radiografia da sua realidade. Portanto, a primeira relação da meninada com o desenho se dá, de fato, pelo movimento: o prazer de produzir um traço sobre o papel faz agir. Esses rabiscos realizados pelos menores, são denominados garatujas, que se da pela exploração de suportes e instrumentos. De início, a criança desenha pelo prazer de riscar sobre o papel e pesquisa formas de ocupar a folha. O desenho só se torna mais expressivo quando existe uma conjunção afinada entre mão, gesto e instrumento, de maneira que, ao desenhar, o pensamento se faz.
Muitos foram os autores que se debruçaram sobre as produções gráficas infantis, analisando e organizando-as em fases ou momentos conceituais. Entre os principais estudiosos, há uma cizânia. Há os que defendem que o desenho é espontâneo e o contato com a cultura visual empobrece as produções, até que a criança se convence de que não sabe desenhar e para de fazê-lo. E há aqueles que depositam justamente no seu repertório visual o desenvolvimento do desenho. No entanto é a segunda posição que está presente nas discussões atuais.
No entanto, essa perspectiva não admite o empobrecimento do desenho infantil, mas entende que a criança reconhece a forma de representar graficamente sua cultura e deseja aprendê-la. Assim, cai por terra o mito de que ela se afasta dessa prática quando se alfabetiza.