O desafio historiográfico - josé carlos reis
Situa-se no campo da historiografia. Objetiva a análise das questões epistemológicas que permeiam a produção do conhecimento histórico, a saber, os desafios dos historiadores, a relevância de sua pesquisa e os interesses que perpassam seu oficio. Inicia problematizando a ação do “pensar” para o historiador, que vai para além do ato de “encontrar respostas”, outrossim, poder transformar “possíveis soluções em novos enigmas”, sendo necessária uma reflexão histórica que consiga tornar algo que parecia simples em algo complexo, problematizando-o, criando hipóteses. Afirma que “o conhecimento histórico é epistemologicamente muito problemático”. Elenca algumas objeções produzidas quanto à historiografia:
1. A história enquanto um “conhecimento indireto”, o qual o historiador não pode tocar seu objeto. O que conhece sobre o passado é através de testemunhos intermediários. “Entre o sujeito e o objeto a uma inultrapassável distância temporal, uma barreira invisível”;
2. O historiador ao produzir seu discurso se utiliza da sua língua materna o que pode vir imbuído de preconceitos, anacronismos, múltiplos sentidos, etc. que questionam o status de “verdade” e aproximam, enquanto código, a linguagem da História ao “discurso mentiroso”;
3. O conhecimento histórico sendo um conhecimento indireto do passado e com linguagem polissêmica, é também incapaz de fazer previsões, sendo um conhecimento falacioso que induz a uma “causalidade sublunar”;
4. O anacronismo, que é algo abominado pelo conhecimento histórico, é praticado sistematicamente: “Ele olha o passado com os olhos e as cores do seu presente, apagando a diferença entre presente e passado”;
5. Por fim, o conhecimento histórico é uma reconstrução “fantasmagórica”, pois seu objeto é indecifrável, que muda ao longo do tempo. A cadeia de eventos em História é imprevisível, pois sempre aparecem dados