O livre-arbítrio
AGOSTINHO, Santo. O LIVRE-ARBÍTRIO. 2.ed. São Paulo: Paulus, 1995. (Patrística)
O LIVRE-ARBÍTRIO
p. 11
Após sua conversão, em Milão, no ano 386, Agostinho viveu alguns meses na feliz tranquilidade da chácara de Cassicíaco, com sua mãe, familiares e diminuto números de discípulos. [...]
Na Páscoa de 387, ele recebeu a graça do batismo das mãos do bispo de Milão, santo Ambrósio. [...]
Preocupado como estava de defender-se do maniqueísmo e alertar a seus amigos, compôs diversos tratados, entre outros: “De moribus Ecclesiae Catholicae” e “De moribus maniquaeorum”, e a presente obra: “De libero arbítrio”. [...] p. 13
Esta importante obra tem como tema o problema da liberdade humana e o da origem do mal moral. [...]
Não podia Agostinho suportar a idéia de que Deus fosse a causa do mal. [...]
[...] o mal não pode ter lugar entre os seres, nem prejudicar a excelência da obra divina. Tampouco poderia o mal impedir o homem que o quisesse, encontrar Deus a paz e a felicidade. [...]
p. 25
1. Evódio Peço-te que me digas, será Deus o autor do mal?
[...] tomamos o termo “mal” em dois sentidos: um, ao dizer que alguém praticou o mal; outro, ao dizer que sofreu algum mal.
p. 26
[...] não existe um só e único autor. Pois cada pessoa ao cometê-lo é o autor de sua má ação.
p. 27
[...] De onde se segue que, fazer o mal, não seria outra coisa do que renunciar à instrução. (Pois a verdadeira instrução só pode ser para o bem.)
[...] se toda a inteligência é boa, e quem não usa da inteligência não aprende, segue-se que todo aquele que aprende procede bem. [...]
p. 28
[...] perturba-nos o espírito uma consideração: se o pecado procede dos seres criados por Deus, como não atribuir a Deus os pecados, sendo tão imediata a relação entre ambos?
p. 31
7. Ev. Parece-me ser o adultério ato mau, porque muitas vezes tenho visto homens serem condenados por esse crime.
p. 31-32 Ag. Ora! Não se tem condenado também, com frequência, a muitos