o delinquente

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2. O Delinquente
O estudo da figura do delinquente torna-se centro do interesse dos operadores do direito a partir da sociologia criminal e do nascimento da escola positivista, contudo, anteriormente a isso, alguns filósofos e pensadores já haviam elaborado uma série de observações acerca desta figura que posteriormente serviram de alicerce para as mais profundas análises do tema.
Platão, visionário já anteriormente citado, notava o crime como sintoma de uma doença cuja causa seriam a procura pelo prazer e a ignorância. Desta forma, além de encarar a pena como um remédio que poderia reestabelecer a igualdade entre os indivíduos numa proporção aritmética entre o que está no campo do crime e da pena, a encarava, ainda, como a tentativa de salvar o criminoso de sua eliminação da sociedade. Ou seja, observava o delinquente como um excluído social, que, por intermédio da pena, pode ser resocializado, o que, atualmente, ainda que teoricamente, ainda é o maior intuito do sistema punitivo mundial.[8]
Tomás Campanella, autor renascentista que antecipa o marxismo, já observa a criminalidade relacionada a fatores sociais decorrentes da diferença de classes, afastando para as exceções a possibilidade de fatores individuais formarem um delinquente. Campanella pretende solucionar a questão da distribuição dos bens entre os cidadãos para evitar a criminalidade.[9]
Thomas Hobbes, por sua vez, entende que ao cometer um crime, demonstrando ser contrário ao pacto social, o indivíduo transforma-se automaticamente em um inimigo deste pacto social, o que resulta, por lógica consequência, na exterminação dessa pessoa, já que o pacto é mais forte. Inserido no pacto, contudo, o indivíduo não pode renunciar ao seu direito de defesa.[10]
Por parte da escola criminológica clássica não houve grande preocupação com a figura do homem criminoso. Isso porque ainda não havia grande estudo das ciências humanas. Preocupava-se muito com a questão de justiça, mas não com os aspectos psíquicos

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