O DECLÍNIO DA ESCOLA PUBLICA BRASILEIRA
José Carlos Libâneo
Pontifícia Universidade Católica de Goiás libaneojc@uol.com.br Inicialmente, desejo agradecer aos dirigentes do HISTEDBR o convite para participação neste VIII Seminário Nacional de Estudos e Pesquisas - HISTEDBr, principalmente por me propiciarem a oportunidade de compartilhar com este seleto grupo de pesquisadores da história da educação algumas reflexões sobre os percalços da escola pública brasileira. Posso dizer que boa parte da minha vida de trabalho e de pesquisa tem sido dedicada à escola. Lembro-me, entre outras coisas, do privilégio de ter militado e participado ativamente, ao lado de Dermeval Saviani e outros colegas, de um dos mais vigorosos movimentos pela escola pública realizado em nosso país, a ANDE – Associação Nacional de Educação, fundada em 1984, onde fui por dois anos editor da sua revista cujo impacto na formação de professores foi considerável. A propósito, não posso deixar de dizer o quanto me alegra compartilhar com Dermeval o lançamento em 2008 da edição comemorativa da 40ª edição do seu livro “Escola e Democracia” cujo conteúdo lançou as bases teóricas e as estratégias do ideário da ANDE. Essas lembranças, associadas à minha atuação acadêmica e política há mais de quarenta anos em favor de um projeto nacional pela escola pública obrigatória e gratuita, me levam hoje a perguntar onde foram parar aqueles ideais que conseguiram mobilizar tão intensamente o campo educacional. Há pouco mais de um ano eu contava a José Luiz Sanfelice da minha motivação em enfrentar uma pesquisa espinhosa: quando, onde e porque a escola pública desandou. É um pouco das idéias que venho formando sobre esse tema que gostaria de compartilhar com os colegas do HISTEBR.
Boa parte dos colegas aqui presentes hão de concordar comigo: a escola pública sonhada como lugar de apropriação da cultura e da ciência acumulados historicamente, como condição para o