O declínio da autoridade: efeitos na família e na escola
Fichamento
Na maioria das culturas, o pai, (provedor, chefe de família), foi ausente na educação dos filhos. Ele transmite o sobrenome aos filhos, e força onipotência, vontade absoluta, e autoridade sem limites sobre seus filhos e sua mulher, que lhe devem obediência. Ou seja, mais do que ser autoridade, a figura do pai estava investida de “poder” de vida e morte sobre os membros da família.
Mesmo ausente por meses, anos, ou mesmo definitivamente, a figura simbólica do pai era presença marcante no lar que evocava sua autoridade de “lei” e “referência” para os filhos, ela própria, irradiando assim uma segurança no lar e o respeito da comunidade. Na presença e na ausência, o pai era mais temido do que respeitado. Um dos traços da modernidade é o declínio da autoridade do pai, causando assim um desequilíbrio sem precedentes na família e na sociedade. Nas últimas décadas, a figura do “pai herói”, “pai patrão, “chefe de família”, “pai-lei ”, “ pater famílias” está em franco declínio na sociedade ocidental. (p.111-112)
Há autores que declaram que o patriarcalismo morreu. Para Julien (1997, p. 24) a data de sua morte é 1989, com a aprovação da lei sobre a degradação dos pais julgados indignos, na França. Seguir-se-á o restante: 1938, o poder marital sobre a esposa é suprimido; 1970 é a vez de ser suprimida do “pátrio poder”, em proveito da autoridade do “casal parental”, isto é, o pai dividirá com a mãe a responsabilidade com os filhos.
Há autores que estabelecem a relação entre o aumento da criminalidade e a ausência do pai na formação de personalidade dos filhos. Um pai excluído de sua função parece deixar na criança “uma imago inconsciente e primitiva da mãe, onipotente e perigosa. Essa imago desencadeia medo, agressão, idealização e induz a uma tendência a erradicar o pai e seus representantes” (CHASSEGUETSMIRGEL apud