O cárcere e a rua
Acompanhando o pensamento de Anthony Giddens a respeito da teoria das janelas quebradas, a violência está ligada à sua punição, ou à aparência de que há punição ou cumprimento à lei. Ou seja, a desordem, ou a sua aparência, atua como certo incentivo às práticas ilícitas. Isso porque, de acordo com o sociólogo, a desordem traz uma ideia de impunidade.1 Como por exemplo, se uma janela de um prédio fosse quebrada e não fosse, rapidamente, consertada, quem passasse por ali e visse a cena logo iria pensar que ninguém se importava com a situação e que naquele local não havia autoridade responsável pela manutenção da ordem.2
A teoria defende a punição e o combate aos crimes pequenos como forma de prevenir a ocorrência de crimes maiores. Simplificando, a existência de punição a tal prática gera a não reincidência da mesma.
É perceptível a credibilidade da teoria ao assistir o documentário “o cárcere e a rua”3, no qual três mulheres de índoles diferentes, pagando por crimes diferentes, ao se depararem com a punição estatal, não vieram a cometer delitos novamente. É visível essa relação entre punição e violência. Nos casos, as mulheres não confirmaram o senso comum de que uma pessoa comete crimes simplesmente por ser criminosa (ou voltada a tal prática) e que a cadeia apenas piora o comportamento do preso na sua volta à sociedade. Após o contato com esses fatos e pensamentos teóricos, pode-se chegar ao entendimento de que a ideia da qual as práticas ilícitas devem ser combatidas e punidas de imediato, a fim de evitar crimes maiores é, por ora, bem aplicada fora da teoria. Pois, tal como a situação do documentário, a polêmica política de tolerância zero4 (que é muito bem encaixada na teoria, pois estabelece, para crimes pequenos, punições severas com o intuito de prevenir crimes de maiores dimensões) também vem apresentando os resultados pretendidos. Porém, a teoria apresenta falhas no