O cortiço
Nathália – Tudo começou no Rio de Janeiro quando João Romão, um homem ambicioso, resolveu construir na favela um conjunto habitacional. Meu nome é Pombinha e eu escrevo cartas a pedido de todos aqui. Essa é a história do Cortiço. (Nathália sai de cena)
(Feira começa)
Denilson – Bom dia! Ta vendendo peixe?
Juliana – To sim senhor!
Denilson – Quanto ta a sardinha?
Juliana – Ta cinco reais!
Denilson – Quanto ta o pescado?
Juliana – Ta dez reais!
Denilson – E a sereia? (Puxa a Juliana para si)
Juliana – Ô Senhor, essa não tem preço não!
Denilson - Como não tem preço? Você não era escrava lá do...
Juliana – Não Senhor, fale isso baixo. Ninguém pode saber disso
Denilson - Ah! Anda errada por essas bandas.
Juliana – Estou desamparada, eu fugi do meu dono e estou juntando meu últimos cascalhos para comprar minha liberdade. Mas não sei para onde vou.
Denilson – É uma boa quantia, mas como se chama mesmo?
Juliana – Meu nome é Bertoleza.
Denilson – Olha, eu me chamo João Romão, sou dono da pedreira, da estalagem. E achei você uma bela moça, tanto para mim, quanto para meus negócios.
Juliana – Seus negócios? O senhor quer que eu trabalhe pra você, é isso?
Denilson – Não acho má idéia! Ter uma casa pra morar, um trabalho e um belo amante. (Puxa a Juliana para si)
Juliana – Senhor, eu sou uma escrava, e ainda fugida.
Denilson – Não se preocupa, com essa quantia e o que ainda vou ganhar, comprarei a sua carta de alforria.
Juliana – Sério?
Denilson – Estou falando sério, mas o senhor tem que começar a trabalhar hoje! Um trabalhinho que só eu e você podemos ficar sabendo.
Juliana – Ta! Mas o que eu vou ter de fazer?
Denilson – Ta vendo aqueles materiais de construção ali do vizinho? Então, eu ouvi dizer que ele não quer mais e está emprestando.
Juliana – O senhor quer que eu roube o material do vizinho?
Denilson – Roubar? Quem falou em roubar? Estaremos pegando emprestado. E já que ele não está usando mais, será até um favor pra