O Cortiço
Para confirmar essas descrições, pode-se encontrar em um trecho onde Miranda e Estela, (ambos eram casados, mas como Estela havia lhe traído, eles não mantinham mais relações, ele só estava com ela por causa do dinheiro) têm um encontro sexual: “[...] entorceu-se toda, rangendo os dentes, grunhindo, debaixo daquele seu inimigo odiado [...]”.
O lesbianismo é outro tema retratado na história que ainda hoje é visto como um tabu na sociedade. Quase sempre a relação homossexual é vista como um desvio de conduta. Por esse e outros motivos que Aluísio de Azevedo escreveu o romance “O Cortiço”.
Analisando o comportamento de Pombinha, que era uma jovem considerada pura, mais por estar em um ambiente um pouco degradante, ela acaba se casando e depois se separando, e vai viver com Léonie, uma prostituta que antes de Pombinha casar havia levado a menina a cometer atos de lesbianismo.
Se a expressão da experiência erótica feminina chega a ser tão problemática, a representação do lesbianismo é ainda mais, porque exclui a figura do homem e coloca a mulher, ao invés do papel tradicional de objeto do desejo masculino.
A decomposição familiar e a vida em comum, levada nos cortiços, forneceram condições propícias à procura pela prostituição como meio de vida. As mulheres pobres eram e são as que mais necessitam da prostituição para garantir o “pão de cada dia”.
Outro tema retratado é o adultério, a traição.
Numa forma antiga, o casamento só se tinha em efeito de status, ou seja, transmissão de nome, constituição de herdeiros, junção de fortuna... O adultério tinha como definição os danos aos direitos do marido. No Cortiço, acontece algo parecido quando Miranda mesmo sabendo que sua mulher o traia, ele continuava com ela, escondendo de todos que sua mulher mantinha relações sexuais fora do casamento, pois