O corpo e a sexualidade
Neste texto, o historiador e sociólogo Jeffrey Weeks apresenta-nos algumas teorias que buscam entender o porquê de atualmente termos uma grande preocupação com o corpo e a sexualidade, e também o fato de um sexo (masculino) ter um certo domínio do outro (feminino). Também coloca em questão que, embora a sexualidade seja um determinante biológico, seus significados são históricos. Weeks, na introdução de seu texto nos coloca os seguintes questionamentos: “Qual é a relação entre, de um lado, o corpo, como uma coleção de órgãos, sentimentos, necessidades, impulsos, possibilidades biológicas e, de outro, os nossos desejos, comportamentos e identidades sexuais? O que é que faz com que esses tópicos sejam tão culturalmente significativos e tão moral e politicamente carregados?” Tentando responder-nos esses questionamentos, o autor argumentará que embora o corpo biológico seja o local da sexualidade, o sexo é muito mais do que apenas o corpo. E que “a sexualidade tem tanto a ver com as crenças, ideologias e imaginações quanto o nosso corpo físico.” (Weeks, Jeffrey, O corpo educado, p. 5)
O SUJEITO DO SEXO
Aqui, Weeks fala sobre o surgimento no séc. XIX da disciplina sexologia, que tinha como base a psicologia, a biologia, a antropologia, a história e a sociologia. O autor cita a frase de um importate e pioneiro sexólogo Richard Von Krafft-Ebing, ele descreveu o sexo como um “instinto selvagem” o qual “com uma força e energia absolutamente avassaladoras, exige satisfação” (1931, p.1) Com isso, ele pretendia mostrar que o sexo, seria uma satisfação das necessidades do corpo, o que ia de acordo com as preocupações pós-darwiniana, de que todos os fenômenos humanos seriam explicados através da biologia. Mas hoje, com a vasta literatura que temos que trata sobre esse assunto, já se pode pensar, em uma “construção social” além do “instinto ou impulso do sexo”. Essa “construção social” tem base nas possibilidades do corpo, as