O corpo e suas representações e seus limites
Desde os anos 1990, os estudos sobre pós-modernismo e pós-modernidade têm se multiplicado, no sentido de explicar as transformações pelas quais o mundo vem passando desde o final da Segunda Guerra Mundial e, mais especificamente, desde a revolução tecnológica dos anos 1980. Sem dúvida alguma, houve mudanças em todas as vertentes da vida em sociedade – política, econômica, cultural. No nível político, destaca-se a desagregação da estrutura comunista no leste europeu e o consequente encaminhamento desses países para o modo de vida capitalista; no econômico, os novos rumos do capitalismo, que, com a globalização, passou a ser caracterizado pela economia de mercado global, pelos conglomerados transnacionais e pelos mecanismos para acelerar o consumo; e, no nível social, pelas novas reivindicações sociais que se voltaram para os problemas étnicos, sexistas e ecológicos.
Porém, um elemento que impulsionou essas transformações foi a disseminação das novas tecnologias.
Tendo em vista, pois, os novos caminhos da ciência ligada à tecnologia no mundo contemporâneo, pretendo discutir neste artigo algumas das questões que permeiam o corpo, considerando, por um lado, suas novas representações mediante a relação que estabelece com as novas tecnologias e, por outro, trazer à luz alguns dos problemas éticos relacionados às possibilidades de sua transformação à luz de um conto do escritor norte-americano Nathaniel Hawthorne.
O corpo humano e suas possibilidades de limites- o corpo em movimento.
A tradição intelectual do ocidente foi marcada pela dissociação entre o corpo e a mente, a personalidade e a natureza, o intelecto e o senso de sentimento e de intuição, de acordo com a argumentação de Whyte (1984). Esta dissociação vem impregnando toda e qualquer abordagem de vida adotada pelo homem ocidental: intelectual, religiosa, econômica ou política.
A cultura ocidental icentivou-nos a cultivar o intelecto, desde