O Corpo dos Condenados
Autor: Foucault, Michel
Editora Vozes
Resumo
Segundo Foucault (2013), no capitulo I – O corpo dos condenados, o mesmo aborda a punição do individuo1 através do suplicio deste que era feito em praça publica com objetivo de mostrar o poder soberano do Estado, desestimulando ações contrarias aos seus interesses. O suplicio era corporal o qual o condenado era submetido a uma tortura continua onde suas partes eram cortadas e se aplicavam chumbo derretido, óleo fervente, piche em fogo, cera, e enxofre derretidos juntamente, e a seguir seu corpo era puxado e desmembrado por quatro cavalos e seus membros consumidos ao fogo, reduzido a cinzas, e suas cinzas lançadas ao vento. As punições pouco a pouco deixaram de ser uma cena. E tudo o que pudesse implicar de espetáculo desde então teria um cunho negativo, pois este espetáculo repassava uma visão aos espectadores de que o carrasco e juízes eram os assassinos invertendo os papeis, transformando o supliciado um objeto de piedade e admiração. O desaparecimento do suplicio veio três décadas mais tarde através do regulamento redigido por Léon Faucher2 para a casa dos jovens detentos em paris, que deu lugar a novos métodos de punição, o esboço do sistema prisional que conhecemos, hoje, onde se primava a disciplina, trabalho e educação. O poder sobre o corpo, por outro lado, contudo não deixou de existir totalmente até meados do século XIX, a pena não mais se centralizava no suplício como técnica de sofrimento; tomou como objeto a perda de um bem ou de um direito. Porém castigos como trabalhos forçados ou prisão, privação pura e simples da liberdade, nunca funcionaram sem certos complementos punitivos referentes ao corpo: redução alimentar, privação sexual, expiação física, masmorra. Na realidade, a prisão, nos seus dispositivos mais explícitos, sempre aplicou certas medidas de sofrimento físico. Estes exemplos de punições contrastam vividamente as vastas mudanças em menos de um século nos