o cordel como fonte histórica
Valéria Diniz Araújo Dos Santos
A Nova História, movimento que ocorreu na primeira metade do século XX, trouxe, para o campo do saber histórico, alterações paradigmáticas sobre os objetos, concepções, narrativas e instrumentos de pesquisas, passando a reconhecer dessa forma várias fontes inesgotáveis de estudos. Uma das inovações desse movimento foi abranger a multiplicidade de informações sociais e culturais, e ampliar o leque das ciências auxiliares da história, além das possibilidades de fontes histórico-informacionais que potencializam esse campo de atuação. Nessa direção, esse artigo tem por objetivo apresentar o cordel como uma dessas fontes direcionadas ao campo historiográfico por meio da análise e estudos acerca dos usuários da biblioteca-arquivo de cordel Átila Almeida, considerada a maior do Brasil no que se refere a esse tipo de gênero, possuindo mais de 10.000 (dez mil) exemplares. Por isso, parte-se do princípio das fontes segundo uma classificaç ão de materialidade, subagrupando-as em fonte material escrita e iconográfica. Como metodologia utilizada, foram aplicados questionários aos usuários, entre os meses de setembro e outubro de 2009, além de estudos bibliográficos que envolvem o cordel e seu contexto de produção, usos e usuários da informação, disponibilização e acesso à informação e construção de banco de dados. Baseando-se nas respostas dos pesquisadores/usuários, buscou-se coletar dados para compreender a necessidade de uso desses cordéis como fonte histórica de informação. Sob esse olhar, percebeu-se também o cordel como uma inexaurível fonte para os estudos nas áreas da história, lingüística, arquivologia, sociologia e antropologia, caracterizando, assim, o seu aspecto interdisciplinar. Como aportes teóricos, utilizou-se Pinsky (2008), Bassellar (2008), Almeida e Alves Sobrinho (1978), Certeau (2008), Burke (1992), Maia e Oliveira (2008) entre outros. Esse