O contexto econômico dos anos 90, as mudanças no modelo de desenvolvimento brasileiro e o papel dos movimentos sociais
O contexto econômico
Com a saída dos militares do poder em 1985 e a elaboração de uma nova constituição em 1988, o Brasil passa por um momento de abertura politica que tem como consequência as eleições diretas de 1989.
No cenário internacional ganha força o modelo de desenvolvimento que ficaria conhecido como neoliberalismo.
Basicamente, o neoliberalismo prega a diminuição do aparelho estatal através da pouca participação e regulação do mercado de trabalho, a livre circulação de capital internacional, reforma tributaria, abertura econômica, adoção pelo estado de medidas contra o protecionismo, etc. Anderson (1995) traz uma síntese do que seria o neoliberalismo surgido ao fim da década de 70 em decorrência da crise econômica “O remédio, então, era claro: manter um Estado forte, sim, em sua capacidade de romper o poder dos sindicatos e no controle do dinheiro, mas parco em todos os gastos sociais e nas intervenções econômicas. A estabilidade monetária deveria ser a meta suprema de qualquer governo. Para isso seria necessária uma disciplina orçamentária, com a contenção dos gastos com bemestar, e a restauração da taxa “natural” de desemprego, ou seja, a criação de um exército de reserva de trabalho para quebrar os sindicatos. Ademais, reformas fiscais eram imprescindíveis, para incentivar os agentes econômicos. Em outras palavras, isso significava reduções de impostos sobre os rendimentos mais altos e sobre as rendas. Desta forma, uma nova e saudável desigualdade iria voltar a dinamizar as economias avançadas, então às voltas com uma estagflação, resultado direto dos legados combinados de Keynes e de Beveridge, ou seja, a intervenção anticíclica e a redistribuição social, as quais haviam tão desastrosamente deformado o curso normal da acumulação e do livre mercado.
O crescimento retornaria quando a estabilidade