PADR ES DE ACUMULA O E POL TICAS SOCIAIS NO BRASIL
Valéria Almada Lima1
RESUMO
Especificidades do Sistema de Proteção Social brasileiro em articulação com os diferentes padrões de acumulação na história da industrialização do país. Analisam-se três períodos distintos: a primeira fase de substituição de importações sob um regime populista—nacionalista; a segunda fase de substituição de importações sob um regime burocrático-autoritário; e a terceira fase de ruptura do modelo de substituição de importações sob um regime democrático-neoliberal. Palavras-chave: Estado. Políticas Sociais. Sistema de proteção social. Padrões de acumulação.
1 INTRODUÇÃO
As Políticas Sociais se constituem em um fenômeno intrínseco ao capitalismo, expressando as formas estatais de mediação das contradições inerentes à relação capital-trabalho. Assim sendo, é no contexto do moderno capitalismo industrial que elas surgem e se desenvolvem, assumindo configurações específicas de acordo com o estágio e o padrão de acumulação vigentes.
Nessa perspectiva, partindo do pressuposto de que as Políticas Sociais são estruturalmente condicionadas pela forma de desenvolvimento capitalista, pretende-se discutir, neste trabalho, as especificidades do Sistema de Proteção Social brasileiro, situado em um contexto de capitalismo periférico.
A análise se desdobrará em três períodos, demarcados por diferentes padrões de acumulação que caracterizaram a história da industrialização no Brasil. O primeiro, compreendido entre as décadas de 30 e 60, corresponde à fase de emergência das primeiras medidas de proteção social geridas pelo Estado, sob a égide de um regime populista de inspiração nacionalista, em um contexto de transição de uma economia primária exportadora para uma economia urbana industrial. O segundo, situado entre as décadas de 60 e 80, representa o período em que foram gestadas, sob a vigência de um regime burocrático-autoritário, as formas institucionais de regulação dá relação capital-trabalho que