O conflito latente do pensamento mercantilista
A ética paternalista cristã entrava em conflito com os interesses dos comerciantes medievais ao condenar a aquisição de bens materiais, e a tendência era que esse conflito crescesse à medida que crescia também a importância do comércio. A partir daí, o Estado começou a tomar o lugar da Igreja no que diz respeito à interpretação e ao zelo pelo cumprimento da ética paternalista cristã. Então, a grande preocupação dos líderes das primeiras políticas mercantilistas era saber se deveriam permitir a aquisição de lucros com plena liberdade, sem considerar as consequências econômicas e sociais desse tipo de comportamento.
AS ORIGENS MEDIEVAIS DAS POLÍTICAS MERCANTILISTAS
Os primeiro indícios da política mercantilista surgiu no reinado de Eduardo I, e decretando a expulsão de empresas estrangeiras da Inglaterra, tentou regulamentar o comércio que se realizava no interior do país. A guerra com a França desencadeou uma inflação com consequências desastrosas para os trabalhadores. Logo depois, Eduardo III tentou suavizar os efeitos ocorridos pela inflação fixando preços e salários para os trabalhadores exigindo em troca que todos os homens se dedicassem a todos os serviços disponíveis. Ricardo II ampliou e sistematizou as políticas, enfrentando alguns problemas como a Rebelião Camponesa de 1381 e a ameaça representada pela concorrência estrangeira. Com a necessidade de reagir, promulgou o Ato de Navegação com a finalidade de favorecer a frota e os comércios ingleses e assim, atrair mais riquezas para o país, sendo esta fundamental para concretizar seu programa.
Henrique II deu sequência a essa política procurando assegurar a legislação e negociar tratados vantajosos para os comerciantes ingleses, porém ao mesmo tempo submeteu-os a uma série de controles e regulamentos acreditando que a busca de lucros, quando egoísta e ilimitada, era prejudicial aos interesses do país e à harmonia social. Enfim, Henrique II tentou uma