HUNT & SHERMAN: “História do Pensamento Econômico”. Ed Vozes. Petrópolis RJ. 2004.
Os seres humanos só sobrevivem em grupos, vivendo assim aprenderam a dividir tarefas, utilizar instrumentos de trabalho, etc. Isso propiciou o acumulo de excedentes e possibilitou ao homem um maior controle sobre a natureza.... A divisão do trabalho, que num primeiro momento era funcional, possibilitou, ao menos para uma pequena parte da sociedade, livrar-se do fardo do trabalho cotidiano. (Página 9)
Desse momento em diante, as sociedades começaram a sofrer um processo de diferenciação interna que deu origem às classes sociais. Para sustentar essas sociedades surgiram “ideologias” (ideias ou crenças) que tendiam a justificar moralmente essas relações sociais e econômicas. Legitimando a divisão do trabalho e as diferenças entre as classes no interior de uma sociedade. (Página 10)
Este livro se preocupa em analisar o capitalismo e essas ideologias que tentaram aplacar as suas convulsões internas e manter a coesão social. Começaremos analisando os sistemas econômicos e as ideologias da Europa pré-capitalista.
A Escravidão em Roma e na Grécia Antiga.
Em Roma e na Grécia cerca de 80% da população era de escravos, que faziam todo tipo de trabalho, desde manual até clerical e burocrático. Que ideologia econômica vigorava nessa época? Foram escritos tratados visando justificar o regime de escravidão. Platão e Aristóteles, afirmavam que a escravidão era um fenômeno “natural”, pois segundo eles, certas pessoas nasciam para ser escravos por serem intrinsecamente inferiores.
A escravidão deu origem à noção de que todo trabalho é indigno. Essa noção desestimulou a atividade inventiva, pois apesar do sistema escravista ter construído obras monumentais, ele era incapaz de realizar trabalhos mais complexos, o que contribuiu para a estagnação da economia romana. E do colapso do império surgiu o feudalismo. (Página 11)
O Feudalismo.
O fim do domínio romano criou bases para a hierarquia feudal, na qual o servo (camponês)