O Conceito de Substancia em Leibniz
A monadologia parece-me dar conta de um universo estático, mas este se mostra, aos nossos sentidos, como essencialmente dinâmico. Como Leibniz congrega aspectos tão díspares entre a sua teoria e a natureza do mundo que tenta explicar? Ou seja, como as mônadas – entes metafísicos, unidades indivisíveis, que não possuem extensão, não ocupam lugar no espaço – podem, ainda assim, constituir, em última instância, as unidades de tudo o que existe? Para resolver isto, Leibniz é levado a construir toda uma metafísica do espaço-tempo, e a investigar como tais aspectos da pergunta estão relacionados com as nossas sensações espaços-temporais.
Um universo estático é, sem a menor sombra de dúvida, muito mais fácil de explicar do que um universo dinâmico, em movimento. Isto porque, as mônadas leibnizianas mesmo não possuindo entre si nenhuma comunicação, já seriam suficientes para dar conta de um universo estático, conforme é exposto em “Os princípios da filosofia ditos a monadologia”. A consideração de um universo pleno de mudanças, alterações exige algo mais para a sua compreensão. E Leibniz percebeu isto a tal ponto que sentiu a necessidade de escrever uma nova obra intitulada “Sistema Novo da Natureza e da Comunicação das Substâncias, e da União que há entre Alma e Corpo”. A questão poderia ser expressa do seguinte modo: Tudo o que existe é composto de mônadas. Mas, as características, pelas quais Leibniz as concebem, são, tais que, não podem comunicar-se entre si. Assim, como podemos conceber que as monâdas possam organizar-se tão harmoniosamente, e