O conceito de habitus em Bourdieu
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Segundo Bourdieu, as diferentes posições que ocupamos na sociedade equivalem nossos diferentes estilos de vida. Nossas práticas e nossa propriedades, no amplo sentido dos termos, são expressões organizadas e integradas das nossas condições de existência, ou estilos de vida, porque são resultado do mesmo operador prático, o habitus, sistema de tendências duráveis e ultrapassáveis que exprime, sob a forma de preferências, as necessidades objetivas das quais ele é produto. O habitus é um conceito chave da compreensão de Bourdieu, trabalhado no seu texto Gostos de Classe e Estilo de Vida. A partir deste conceito, o autor diz que os atores sociais funcionam de acordo com uma determinada lógica, inerente ao ser de cada um. Com isso, me parece, ele não nos autoriza uma total previsibilidade da ação, mas impõe limites dentro dos quais os indivíduos expressam-se a si mesmos, quais sejam, suas condições objetivas. Nossas condições objetivas são princípios geradores, éticos e estéticos, que correspondem nossas preferências, em sentido simbólico. Dito de outro modo, são o modus operandi traduzido em opus operandum, ou o contrário, se for de preferência do leitor. Na verdade, embora eu particularmente interprete que o modo operador, ou modo de operar, seja o gerador do trabalho, nada impede que se interprete que é de fato a repetição de terminado "trabalho" que dá origem a um princípio operador. Enfim, esta discussão não é central. O importante é: o habitus é o princípio unificador e gerador de cada prática. E, a partir de uma única prática, é possível observar o seu princípio gerador. É como se o princípio gerador se manifestasse a cada ação, ou exatamente isso na minha interpretação. No caso, o habitus orienta nossa posição no espaço social e determina o conjunto das nossas preferências, linguísticas, corporais, estéticas de maneira geral. Para o autor, cada simples escolha exprime as diferenças sociais mais fundamentais tanto quanto as exprimiria um sistema complexo e